Insónia
Adormeço a minha insónia,
na erosão da lua sobre o rio
que banha as fragas gastas pelo sol.
Adormeço o despertar da noite,
as madrugadas que amanhecem
iluminando o meu sono e sofreguidão.
Adormeço sem sono a vontade de acordar,
o canto dos pássaros o fugir dos carros
na auto-estrada futura que circunda a cidade.
Adormeço acordado o cigarro acabado,
a garrafa meada de vinho e a sóbria embriaguez
que me inspira as palavras que o coração vê.
E a mente sente, a doença de pensar…
a noite...é tão desprovida de cor,devia viver-se nela apenas...sentimentos cinzentos!é escura,não devia ser tão atractiva!esconde!esconde-nos!esconde-se de nós!esconde-nos de nós!!! mas não...a noite enreda-nos no seu manto e suga-nos para si! atrai-nos!e mais...põe todos os nossos sentidos a funcionar,a girar sobre nós!mas a noite não é egoísta!é um espelho...deixa-nos ver o que um sorriso tapa!a dor...a falta...a dor de uma falta,uma carência!
são muitas as vezes em que como tu me vejo a adormecer o meio a minha volta,enquanto assisto ao acordar de todos sentimentos escondidos...é à noite que obtenho as melhores revelações sobre mim! é verdade...
muitas vezes padeço do mal que também a tua mente sente...