segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O meu desejo, nem eu vejo,

o seu raiar na escuridão.

Posso senti-lo,

quase cheira-lo,

mas é difícil de alcançar.

Por vezes oiço-o,

sorrindo baixinho:

“Anda, anda, vem brincar…”

Não sei se troça, se me goza, ou alenta a despertar.

Acordar do noctambulismo

e olhar o trilho a pisar.


O meu desejo,

talvez não deseje

e

seja o sonho pesadelo.

Um ferino acordar.


Meu desejo,

esse sonho.

É maior do que o mar,

é um abismo vazio,

onde quero mergulhar.

Atirar-me de cabeça,

pultricar pelo ar.

Antes de afundar-me no nada

e enchê-lo de amar…