(Este é o poema que escolhi para iniciar o meu primeiro livro. Por isso, gostava especialmente, de ver este poema comentado...)
sou um ser nocturno, alimento-me da noite e das suas trevas
alimento-me na noite e nas suas trevas...
sou alguém sendo ninguém
moscas mortas podem voar...
é quase dia, são quase horas, de adormecer para outro sonho
de acordar outra ilusão, de beber outra memória na solidão de todas as camas vazias...
é quase dia, são quase horas, de despir-te e em meu olhar sentir teu corpo suar o meu...
é quase dia, são quase horas, de lembrar as flores colhidas
as palavras proferidas as lágrimas derramadas o sangue envenenado...
é quase dia, são quase horas, de se instalar a loucura e nos retirar,
de um mundo de fantasia
que não ousamos sonhar...