sábado, abril 29, 2006

(Este é o poema que escolhi para iniciar o meu primeiro livro. Por isso, gostava especialmente, de ver este poema comentado...)


sou um ser nocturno, alimento-me da noite e das suas trevas

alimento-me na noite e nas suas trevas...

sou alguém sendo ninguém

moscas mortas podem voar...

é quase dia, são quase horas, de adormecer para outro sonho

de acordar outra ilusão, de beber outra memória na solidão de todas as camas vazias...

é quase dia, são quase horas, de despir-te e em meu olhar sentir teu corpo suar o meu...

é quase dia, são quase horas, de lembrar as flores colhidas

as palavras proferidas as lágrimas derramadas o sangue envenenado...

é quase dia, são quase horas, de se instalar a loucura e nos retirar,

de um mundo de fantasia

que não ousamos sonhar...