quarta-feira, janeiro 30, 2008

Parvónia ou parvalheira?

Bem, vamos lá aparvalhar agora um pouco e ponderar sobre o novo anúncio da cadeia internacional, Media Markt. Esse mesmo da Parvónia, onde todos são parvos e blá, blá, blá...

Não sei se repararam, mas para além de os anúncios serem extremamente ridículos (podem confirmá-lo aqui caso não conheçam), não só a Parvónia é um país nos confins da Europa, conforme dizem no anúncio (apesar de no site "rectificarem" para mundo), como o próprio sotaque quer dos parvónios, quer do locutor, sugerem que estes sejam da Europa de Leste. Pode ser só de mim, mas parece-me que se não estão a gozar com as pessoas, foram muito infelizes na escolha de um sotaque.

Porém, continuando, temos os personagens (podem ser consultados aqui) e convenhamos que a escolha também não é feliz. Os escuteiros estão indignados por se verem retratados num dos parvónios e subscreveram inclusive uma petição, exigindo o fim de emissão da dita publicidade e um pedido de desculpas. Mas a verdade é que não são os únicos a serem gozados e difamados, pois todos os quatro personagens representam valores, pessoas e instituições (e aparentemente um país que por si só representa diversos outros) que são ridicularizados.

E numa sociedade livre e de liberdade, já se sabe que a liberdade de um, termina onde começa a de outrem, significando isto portanto que tem de haver respeito mútuo. Isto não é nenhuma ditadura onde os mais fracos devem respeitar os déspotas tiranos e ser pisados por eles. Quero com isto significar que a empresa e\ou quem criou o anúncio, tem o devido direito a expressar as suas ideias e opiniões, não podem é esquecer-se que têm de respeitar os parvos e atrasados que respeitam e defendem os valores que eles mofam e difamam.

E se a palavra parvo tem também a acepção de pequeno, herdada do seu étimo latino. Assim se aplica à consideração que os publicitários tiveram para com as pessoas e ideais que podiam ferir. É pena que liberdade e desrespeito andem de mãos dadas, quando não se mede ou se não sabe medir até que ponto é extensível a sua aplicação.

terça-feira, janeiro 22, 2008


"As Peles São Usadas por Animais Bonitos e Humanos Feios"

Fotografia do 2.º "Dia de Acção Contra a Produção, Comércio e Uso de Pêlo" promovido pela ANIMAL no passado Sábado, 19 Jan, em Lisboa e no Porto

(Foto: © ANIMAL | Acção de Protesto Contra a Produção, Comércio e Uso de Pêlo em frente à “Casa Canadá”, na Rua Augusta, em Lisboa | Activistas: Bárbara Santos e Rita Pequito)

Também quer participar na luta social e política pelos direitos dos animais? Contacte: campanhas@animal.org.pt.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Mensagem de Ano Novo

de sua excelência o senhor eu.

Vamos em meio daquela que é já a segunda semana do oitavo ano da era cristã mil a dobrar. E esta vossa excelência não havia ainda presenteado os seus queridos (de)leitores com uma posta de e no novo ano. Eis pois, que este erro crasso e despropositado é agora corrigido.

(Não se esqueçam de clicar na posta, remete-vos para, o recomendado, post's de bacalhau do amigo Samy)

E já que o assunto é o novo ano, porque não falar na nova lei?

Mas não vou entrar em questões de bons ares nos estabelecimentos, ou directores a fumar em casinos na passagem de ano, ou a indignação de quem se sente lesado por não poder fumar onde bem lhe apeteça.
Vamos antes deixar essas questões para outras gentes, porque a Raquel, minha namorada, reparou noutro assunto a debater dentro desta questão.

Passeando pelas ruas de Aveiro (imagino que aconteça o mesmo pelas restantes localidades, mas esta é a cidade que agora habito e só posso\devo falar do que conheço) é frequente quando passo à porta de cafés e estabelecimentos similares ver, naqueles que não têm esplanada coberta, o que se reflecte na quase totalidade, os enregelados fumadores cá fora, fugindo ao pingo quase constante da chuva, sugando prazenteiramente a sua chupeta de nicotina e no fim, arremessando a nada católica beata para o chão.

Este acto de arremesso da beata, nada tem de inovador ou recente e se merece destaque é pelo seu agora maior impacto. Senão procurem reparar nos passeios, à entrada dos referidos estabelecimentos agora mais que nunca, são autênticos cemitérios e depositários das esfumaçadas e renegadas priscas. No mínimo este quadro modernista é repugnante e indigno, principalmente numa era de tanta consciencialização ambiental.

E não quero aqui apurar culpas, quer dos cafés, por não terem disponíveis nas suas entradas contentores, ou cinzeiros para que coloquem neles os restos dos seus vícios os fumadores, quer destes por não respeitarem a intenção daqueles que colocam os respectivos caixotes para o(s) lixo(s), ou mesmo dos municípios e nomeadamente o governo que aplica leis sem antes ter criado as condições necessárias a uma boa implementação das mesmas...