quinta-feira, março 29, 2007

O ditador

O estado medíocre do que é o ensino em Portugal, está evidentemente patente, no resultado do concurso “Grandes portugueses” da RTP 1. E aqui as aspas, assentam que nem luvas, pois trata-se de algo deveras relativo e tendo em conta o resultado, diria mesmo que sem qualquer valor didáctico.

Convenhamos então, que neste concurso de dissimulado serviço público, existia a funcionalidade de transmitir educação sobre história portuguesa aos telespectadores, caso contrário, seria uma anedota maior daquela em que se tornou. E como, senão recorrendo à história e histórias dos votados, as pessoas saberiam como votar neles? (Digo eu, pelo menos é como penso!) E terá sido esta a realidade? Deve sê-lo, caso contrário, duvido que as pessoas fossem de bom grado e em tão grande escala, gastar o seu dinheiro nessas chamadas, num país já sem tanga e sem furos no cinto para apertar. Ou terá sido no gozo, fazia-se uma chamada a brincar no emprego e do(s) respectivo(s) telemóvel(eis) e depois em casa, a chamada a sério? (Sim, porque a liberdade traz destas coisas, ousaria compará-las com as caricaturas de Maomé, mas estaria a ter uma atitude infantil e irreflectida, assim sendo deixo só a dica, numa de tentar aproximar-vos do meu ponto de vista… Sem querer é claro estabelecer qualquer comparação!)

Tendo em conta o sistema de votação, não me parece fácil, que só assim sucedesse esta vitória. E nunca poderia partir de um grupo isolado. Houve de facto intenção, por parte de quase metade dos votantes, em colocar Salazar no mais alto patamar do concurso, seguido de outro manifesto déspota (Álvaro Cunhal. Caso não soubessem.). Este país é sem dúvida, um país de “sodo-masoquistas(“sodo” de sodomia, foi uma piada…)! Ou se foi no gozo, que país de palhaços este, de palhaços “sodo-masoquistas”…

É uma visão penosamente dolorosa, a desta gente que, protesta veemente, faz birra e bate o pé insistentemente, face à intenção de criar na casa do antigo ditador, um museu com e em seu nome. Mas elege esse mesmo homem, responsável pelo atraso e suspensão da democracia no país, assim como o progresso social e industrió-económico de Portugal.

E sim, abateu a economia a nível industrial e comercial, abram os olhos! Esse tal político que deixou o país a dezenas de anos de atraso do desenvolvimento dos parceiros europeus (alguns destruídos pela guerra, mas aí a conversa torna-se um pouco diferente) e que enriqueceu as finanças do estado à custa do suor, sangue e lágrimas do seu povo, mas com ouro que julgado Nazi, nos foi apreendido! Desvalorizando assim a já na altura fraca moeda nacional (o escudo para quem não saiba).

Esse grande português, que promoveu a iliteracia e a censura ao seu povo e eleitorado (quer dizer, eles chegavam mesmo a votar? Se a abstinência fosse como hoje, nem precisava de PIDE’s, nem merdas). Homem que em nome do racismo e do seu egoísmo, promoveu uma guerra pessoal e idiota arruinando a vida aos emigrantes coloniais e às famílias e próprios soldados no Ultramar! (Há uma história sobre a capital económica mudar para Nova Lisboa, em Angola. Mas isso tem de ser o meu avô a esclarecer melhor a história).

(No meio disto tudo, ainda nem falei nos assassínios políticos, mas tendo em conta que nem foi ele quem “tratou” do Sá Carneiro, já nem vou por aí, porque no fundo não passam todos de uns déspotas filhos da puta, que nos querem ver na merda a todos, esses políticos do caralho.)

Sim, este ditador foi indubitavelmente o melhor que aconteceu a este pequeno e velho país na cauda da Europa (porque não na cabeça? Até esta definição, nos relega para último…) Sem dúvida que se não fosse por Salazar, Portugal não estaria num tão avançado estado de desenvolvimento e o ensino, num tão avançado estado categórico, sim foi sem dúvida o maior português de todos. Fez-nos ficar na história, com quarenta anos de ditadura, fascismo e atraso, mais uma estreita ligação às potências que a Europa e o mundo condenaram e guerrearam na 2ª Grande Guerra!

Sinceramente!

Independentemente de não ter procurado corroborar a veracidade de certas conjecturas, por mim aqui desenvolvidas, isto não é mais que a minha singela e talvez iliterata opinião. Mas até que ponto ou onde, estarei descaradamente errado?

Para mim o maior português, é o Chico no seu crescido metro e noventa e oito, ou o Zé Miguel que pouco lhe há-de faltar também, para os dois metros de altura. Esses são grandes para mim, tanto pela altura como por serem meus amigos. Assim como qualquer um de nós é um grande português, há excepção clara do Saramago que se considera Espanhol. Isso é relativo. No fundo, todos somos grandes, pelo facto de termos orgulho nesta nação que nem nos dá muito de que orgulhar. Mas por favor, o Salazar?

Tenham dó.

Estou emocionado, desde Novembro de 2005, o blog teve 17 comentários. Acho que já merecia um prémio, tanto de teimosia como de estupidez... Nem o caralho de uns comentários mereço, espero que pelo menos comprem o livro!!!

quarta-feira, março 21, 2007

159cm afiguram-se-me altura pouca, para suportar este andar, de pilares majestosos... A ausência de palavras, nem que de desprezo, pelo conteúdo do blog - como já referi diversas vezes - demove-me de continuar a sua actualização. Quando parei de actualizar, deixando o blog num estado de coma durante o último período do transacto e início deste ano, obtive a mesma reacção que com esta estúpida insistência de continuar a escrever nele e esperar respostas.

Começo a ficar sem paciência para esta merda. E sinceramente, já nem me importa, que se foda o caralho do blog. Assim como já eu me concluí um espelho, também agora vejo neste blog um reflexo. O reflexo da merda das minhas ideias, que nem atenção merecem dos outros...

Acordei mal disposto hoje. E não acordei há muito, talvez seja o problema de viver durante a noite, perde-se a alegria do dia, mas ganha-se a razão da realidade...

Estou cansado, deste blog e de toda a gente. De todas as boas intenções, da fanzine que nunca há-de ver o sol, pois de todas as boas intenções nela depostas, nenhuma passa por dar-lhe vida. Talvez se eu fosse mulher, me auto-inseminasse para dar à luz esse projecto, mas como homem, apenas posso dar a semente... Falta-me a terra para cultivar e de momento, falta imenso estímulo, para uma eventual sementeira...

Não digo que seja este o adeus, mas também que interessa, ninguém ligaria muito a isso de qualquer modo...

Tem piada, faz um ano, colocava um post a celebrar a primavera - com um poema de Vivaldi. Passados estes 365 dias, esta primavera parece ter trazido a morte e não nova vida ao blog...